A dois dias da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), os juros futuros na B3 registraram alta, reflexo das incertezas no mercado externo. Os investidores, ignorando a leve melhora das expectativas inflacionárias, esperam que a Selic permaneça em 15%. O desempenho da taxa de juros foi influenciado pela elevação das taxas de Treasuries nos Estados Unidos, que, por sua vez, é afetada pelo ongoing shutdown e pela indecisão do Federal Reserve sobre futuras políticas monetárias.
O boletim Focus desta segunda-feira trouxe ajustes nas expectativas de inflação, mas de forma menos acentuada do que em semanas anteriores. A projeção para o IPCA deste ano caiu para 4,55%, próximo do teto da meta de inflação de 4,5%. Analistas como Ian Lima, da Inter Asset, destacam que, apesar das expectativas de inflação terem melhorado, o Copom deve manter um tom conservador em sua comunicação, reforçando a estratégia de manutenção da Selic nesse patamar por um período prolongado.
As incertezas sobre a política do Fed e os impactos do shutdown nos Estados Unidos elevam as dúvidas sobre a próxima decisão de juros, afetando diretamente o mercado brasileiro. Lima sugere que, mesmo com a possibilidade de um corte na Selic em janeiro, a probabilidade de adiamento dessa redução aumentou. Assim, o cenário econômico continua repleto de incertezas, exigindo atenção redobrada dos investidores e analistas financeiros.