A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) comunicou que o Irã não permitiu a entrada de inspetores em suas instalações nucleares desde os bombardeios realizados em junho por Israel e Estados Unidos. Em um relatório confidencial, a AIEA destacou que a contabilização do estoque de urânio enriquecido do país está severamente atrasada, o que gera preocupações sobre o potencial desvio desse material para fins não pacíficos.
As diretrizes da AIEA exigem verificações mensais do estoque de urânio altamente enriquecido, que no caso do Irã atinge até 60% de pureza. Apesar de um acordo anunciado em setembro no Cairo para facilitar o acesso às instalações, o Irã alegou que o pacto não é mais válido, complicando ainda mais a situação. A AIEA expressou que a falta de acesso a esses materiais nucleares está comprometendo seriamente a continuidade do conhecimento sobre os estoques do país.
Com a AIEA perdendo a capacidade de monitorar adequadamente o urânio enriquecido, a situação exige uma resposta urgente. A agência enfatizou que o Irã, como signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear, tem a obrigação de enviar um relatório detalhado sobre suas instalações bombardeadas. O não cumprimento dessa exigência pode prolongar o processo de verificação e aumentar as tensões na região.