Adolescentes estão cada vez mais interagindo com chatbots e aplicativos que simulam relacionamentos, uma prática que se tornou comum na rotina de muitos. Um estudo recente, publicado na revista Computers in Human Behavior Reports, revelou que esses vínculos emocionais com inteligências artificiais podem ter consequências graves, como o aumento do isolamento social e a dependência emocional. A pesquisa envolveu 324 jovens com idades entre 13 e 17 anos e mostrou que as interações com IAs afetam negativamente suas relações humanas.
Os resultados indicam que aqueles que desenvolveram laços afetivos com as IAs apresentaram menor interesse em interações reais, além de um aumento significativo no tempo de tela e sinais de solidão. O psicólogo Eugênio Brajão alerta que essa convivência artificial pode levar a uma diminuição na produção de neurotransmissores relacionados ao prazer, como serotonina e dopamina. Ele enfatiza que a falta de vínculos humanos reais pode resultar em quadros graves de depressão e ansiedade entre os jovens.
Para mitigar esses efeitos, especialistas recomendam que as famílias atuem com empatia e limites claros, promovendo o diálogo e a compreensão sobre o uso das IAs. É fundamental que os jovens sejam incentivados a participar de atividades que fortaleçam os vínculos humanos, como esportes e passeios. A educação emocional e a valorização das interações reais são essenciais para contrabalançar a influência das tecnologias no desenvolvimento afetivo dos adolescentes.


