O governo do presidente Lula garantiu a vitória na CPI do Crime Organizado ao eleger o senador Fabiano Contarato como presidente e Alessandro Vieira como relator, com o apoio do PSD, partido liderado por Gilberto Kassab. A votação, ocorrida em 8 de novembro de 2025, representa uma reviravolta política, especialmente após a oposição ter se saído vitoriosa na CPMI do INSS há quatro meses. A manobra foi vista como uma resposta à oposição, que criticou a escolha dos governistas para liderar uma comissão destinada a investigar a atuação do governo em relação à criminalidade.
O apoio do PSD foi crucial para a formação da nova comissão, com dois senadores desse partido, Omar Aziz e Otto Alencar, defendendo os interesses do Planalto. A oposição, liderada pelo senador Eduardo Girão, expressou descontentamento com o controle da comissão pelo governo, argumentando que tal configuração compromete a investigação da violência em estados governados pelo PT, como Bahia e Ceará. Além disso, a senadora Soraya Thronicke, que já tem alinhamento com o governo, pode se tornar suplente na CPI, reforçando a base governista.
A crescente preocupação com a criminalidade no Brasil é um tema que deve ganhar destaque nas eleições de 2026, e a forma como a CPI do Crime Organizado será conduzida pode influenciar a opinião pública. Com os tentáculos do crime organizado se expandindo para setores legítimos da economia, a eficácia das investigações e o papel do governo na segurança pública se tornam questões centrais para a sociedade. Assim, a dinâmica da CPI poderá moldar não apenas o cenário político atual, mas também as futuras disputas eleitorais.


