A febre Oropouche, uma arbovirose que antes se restringia à Amazônia, se espalhou pelo Brasil em 2024, afetando 22 estados. O Espírito Santo se destacou com 6,3 mil casos, representando 45% do total de infecções no país. Em 2025, a doença continuou a avançar, com 11,8 mil casos confirmados até agosto, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde.
Pesquisadores da Unesp, USP e Instituto Butantan identificaram que o aumento da temperatura e da umidade, além das mudanças no uso da terra, favorecem a disseminação do vírus OROV. O desmatamento, que reduz a biodiversidade, contribui para a proliferação do mosquito vetor da doença. A pesquisa também sugere que alterações no genoma do vírus podem ter aumentado sua transmissibilidade, levantando preocupações sobre novos surtos em áreas antes não afetadas.
As implicações dessa expansão são significativas, pois a febre Oropouche apresenta sintomas semelhantes aos da dengue, complicando o diagnóstico e o controle. A combinação de fatores ambientais e socioeconômicos pode resultar em uma maior incidência da doença em áreas periurbanas. Especialistas alertam para a necessidade urgente de melhorias na testagem e monitoramento, considerando os impactos das mudanças climáticas na saúde pública.


