Um estudo realizado pela Fiocruz Bahia e pela London School of Hygiene & Tropical Medicine alerta que o aquecimento global pode resultar em um aumento de 50% a 87% nas mortes de crianças menores de 5 anos no Brasil até 2059. A pesquisa, divulgada em julho, analisou 130 municípios e sugere que a taxa de mortalidade infantil, atualmente em 1,07 por 100 mil crianças, pode subir para 2 por 100 mil sob cenários de aquecimento de 4°C a 5°C.
Os pesquisadores utilizaram dados de temperatura e mortalidade de 2000 a 2019, combinados com projeções populacionais dos Censos de 2010 e 2022. O estudo revela que cada aumento de 1°C eleva o risco de morte infantil, com efeitos que podem perdurar por até sete dias. Municípios nas regiões Norte e Nordeste enfrentarão impactos mais severos, devido a fatores como acesso a saneamento e serviços de saúde.
Além do aumento de doenças respiratórias e desidratação, a pesquisa destaca que as variações climáticas podem comprometer o funcionamento de escolas e postos de saúde, diminuindo o acesso a vacinas e atendimento médico. Os autores recomendam ações preventivas, como melhorias no saneamento e acesso à água potável, para enfrentar os desafios impostos pelo aquecimento global e preservar a saúde infantil.

