Um estudo recente do Instituto Data Favela revelou que apenas 22% das pessoas envolvidas com o tráfico de drogas conseguiram concluir o ensino médio. A pesquisa, divulgada nesta segunda-feira, entrevistou 3.954 pessoas em favelas de 23 estados brasileiros entre 15 de agosto e 20 de setembro de 2025, e constatou que a maioria não chega a completar a escolaridade básica.
Os dados mostram que 35% dos entrevistados não têm instrução e 41% expressaram arrependimento por não terem se dedicado mais aos estudos. A pesquisa destaca a necessidade de políticas que vinculem educação e geração de empregos, especialmente para jovens que reconhecem que a escolaridade poderia ter mudado suas vidas. O copresidente do Data Favela, Marcus Vinícius Athaye, enfatizou a relevância de programas de empregabilidade aliados à educação para essa população vulnerável.
Além da baixa escolaridade, o estudo identificou que a maioria dos entrevistados vive em famílias monoparentais e enfrenta problemas de saúde mental, como insônia e ansiedade. As conclusões reforçam a urgência de ações que abordem as desigualdades sociais, a pobreza e a falta de acesso a oportunidades, fatores que perpetuam o ciclo de envolvimento com o crime entre essas pessoas. O desejo de ter uma casa própria também foi destacado como um sonho comum a esses indivíduos, refletindo anseios que vão além do crime.