Diferença salarial entre gêneros revela desafios culturais no Brasil

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

A diferença salarial entre homens e mulheres no Brasil permanece alarmante, com mulheres ganhando, em média, 21,2% a menos que seus colegas masculinos. Essa disparidade, que representa aproximadamente R$ 1.049,67 a menos por mês em empresas com mais de 100 funcionários, foi revelada no 4º Relatório de Transparência Salarial, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pelo Ministério das Mulheres na última segunda-feira. Apesar de um leve aumento na presença feminina no mercado, a desigualdade continua a impactar diretamente a economia brasileira.

Os especialistas argumentam que a questão salarial é um reflexo de um modelo social que associa liderança e mérito à figura masculina. Embora o Brasil possua um arcabouço legal para garantir a isonomia salarial, a mudança cultural é essencial para que a equidade se torne uma prática comum nas empresas. Além disso, a pesquisa indica que se a remuneração das mulheres acompanhasse sua participação no mercado, cerca de R$ 92,7 bilhões adicionais circulavam na economia nacional, sublinhando a importância de ações efetivas de mudança.

A desigualdade salarial não apenas perpetua injustiças sociais, mas também limita o crescimento da renda nacional e a arrecadação tributária. Estima-se que, se o ritmo atual continuar, o Brasil levará 132 anos para alcançar a igualdade plena no mercado de trabalho. Para enfrentar essa situação, é fundamental que as empresas adotem práticas de equidade e que o Estado assuma um papel ativo na promoção de uma cultura de igualdade, transformando direitos em ações concretas no dia a dia.

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