O governo brasileiro analisa que o aumento na produção de biocombustíveis pode trazer novos estímulos ao agronegócio, mesmo diante da expectativa de um excesso global de soja no próximo ano. Carlos Augustin, assessor especial do Ministério da Agricultura e Pecuária, afirma que a agricultura no Brasil está passando por uma transformação significativa, onde a produção de alimentos agora também inclui a geração de energia. Ele destaca que essa nova configuração não é temporária, mas uma tendência global.
Augustin ressalta que, apesar das previsões de alta oferta de soja no mercado internacional, especialmente com a reabertura das relações comerciais entre China e Estados Unidos, o Brasil está em uma posição favorável. O assessor acredita que a demanda por bioenergia e a utilização do farelo como insumo para ração e biocombustíveis abrirão novas oportunidades de mercado. A política do Combustível do Futuro, que eleva a mistura de biocombustíveis nos combustíveis fósseis, é um pilar dessa estratégia.
O impacto dessa transição pode ser significativo, pois o Brasil, já reconhecido como líder em bioenergia, aposta em expandir a produção de etanol de milho e biodiesel de soja. As exportações desses produtos estão em ascensão, especialmente para mercados como China e Índia, onde a demanda por ração cresce rapidamente. Com isso, o Brasil não apenas se consolida como um gigante agrícola, mas também como um novo player no setor energético global.

