O Brasil está prestes a alcançar uma safra recorde de grãos, mas paradoxalmente, a produção de arroz enfrenta uma grave crise. No Rio Grande do Sul, responsável por mais de 70% da produção nacional, a área cultivada deve cair em 10%, enquanto os custos de produção, em torno de R$ 90 por saca, superam os preços de venda, que rondam os R$ 50. Essa situação gera um desânimo crescente entre os agricultores locais, que se veem forçados a continuar plantando apesar das dificuldades financeiras.
O presidente da Associação dos Agricultores de Dom Pedrito expressou a frustração dos produtores, que lidam com altos custos e preços desfavoráveis. Dados do Instituto Riograndense do Arroz indicam que a expectativa de 920 mil hectares plantados na safra 2025/26 não será alcançada, com agricultores optando por investir menos em insumos. Além disso, o cenário é agravado por cinco anos seguidos de estiagens e alagamentos, que impactaram negativamente a produção agrícola na região.
Apesar da crise no arroz, o Brasil, segundo maior exportador do grão fora da Ásia, pode ver suas exportações crescerem em 31% devido ao excedente de produção. A Companhia Nacional de Abastecimento prevê que o país deve importar arroz para regular o mercado interno em períodos de escassez. Iniciativas como a campanha