Em setembro, Émile Charles, um agricultor de Kenscoff, no Haiti, fugiu de sua terra natal após ser atacado por homens armados. Ele abandonou tudo o que possuía e encontrou abrigo em Turgeau, um dos poucos bairros de Porto Príncipe que ainda não está sob controle de gangues. Charles descreve a devastação em sua antiga propriedade, onde as colheitas foram queimadas e muitos perderam suas vidas na luta pela sobrevivência.
A crise humanitária no Haiti se agrava à medida que um número crescente de pessoas busca refúgio na capital, fugindo da fome que resulta das falhas nas colheitas nas áreas rurais. Esses novos habitantes enfrentam condições de vida precárias, construindo abrigos improvisados com materiais escassos enquanto tentam se adaptar a uma realidade marcada pela insegurança e pela violência. A situação se complica ainda mais com a presença contínua de gangues que dominam a vida urbana, tornando o acesso a recursos básicos cada vez mais difícil.
As implicações desse cenário são alarmantes, pois o aumento da migração interna e a escalada da violência urbana podem levar a um colapso completo das estruturas sociais e econômicas do Haiti. A luta pela sobrevivência e a instabilidade política dificultam a recuperação do país, exigindo uma resposta urgente das autoridades e da comunidade internacional. Enquanto isso, os relatos de pessoas como Émile Charles destacam a necessidade de ações imediatas para enfrentar tanto a crise climática quanto a insegurança que afeta a vida de milhares de haitianos.


