O crime organizado tem se tornado cada vez mais sofisticado e transnacional, tornando inviável seu combate apenas por estruturas nacionais. A crise do petróleo de 1973 e conflitos como os do Vietnã e Afeganistão contribuíram para o surgimento de estados paralelos, onde grupos como a FARC e o Comando Vermelho exercem controle sobre territórios. Estima-se que cerca de 40 milhões de brasileiros estão sob a influência direta de facções criminosas, especialmente em áreas com pouca presença do Estado.
As dinâmicas de poder mudaram significativamente, com a liquidez financeira permitindo o florescimento de redes clandestinas e o tráfico de drogas, que se expandiu do leste asiático para a América do Sul. O colapso da União Soviética também facilitou a criação de novas rotas ilícitas, conectando diferentes partes do mundo e tornando o combate ao crime organizado uma tarefa ainda mais complexa. Historicamente, o Brasil não ficou alheio a esse fenômeno, com organizações criminosas adotando uma lógica empresarial que se infiltrou nas comunidades.
Diante da profundidade da infiltração dessas facções, é urgente a formulação de políticas de integração regional que estabeleçam metas conjuntas para o enfrentamento do crime organizado. A recuperação de territórios dominados por estados paralelos é fundamental para reverter os altos índices de homicídios e restaurar a soberania do Estado. Somente por meio de ações coordenadas será possível enfrentar o desafio imposto por essas redes criminosas em uma escala global.


