A CPMI do INSS realizou nesta segunda-feira (3) a oitiva de Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), que enfrenta acusações de apresentar declarações contraditórias. O senador Carlos Viana, presidente da comissão, indicou que a prisão preventiva do depoente pode ser solicitada caso ele continue a omitir informações relevantes durante o depoimento.
Ferreira da Cruz depõe sob a condição de investigado e, antes da audiência, recebeu um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal que permite seu direito ao silêncio em questões que possam comprometê-lo. As investigações revelam que a CBPA, apesar de afirmar ter 445 mil filiados, não possui funcionários registrados, levantando suspeitas sobre sua operação e a forma como arrecada recursos, que totalizaram R$ 41,2 milhões no último ano.
As implicações deste caso são significativas, pois ele se insere em um contexto mais amplo de investigações sobre fraudes envolvendo entidades que atuam com aposentados e pensionistas. A Controladoria Geral da União já identificou irregularidades, incluindo a solicitação de descontos em benefícios de pessoas falecidas. O desdobramento dessa situação poderá impactar não apenas a reputação da CBPA, mas também as políticas de supervisão das associações que lidam com o INSS.

