Um estudo recente aponta que mais de 22 milhões de pessoas, muitas delas crianças, podem morrer de causas evitáveis até 2030 devido a cortes na ajuda internacional promovidos pelos Estados Unidos e países europeus. A pesquisa, publicada em 17 de novembro, atualiza um levantamento anterior que já previa 14 milhões de mortes adicionais relacionadas principalmente ao desmantelamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid).
Os pesquisadores, incluindo autores da Espanha, Brasil e Moçambique, indicam que essa é a primeira vez em 30 anos que Alemanha, França, Reino Unido e Estados Unidos cortam ajuda ao mesmo tempo. As consequências desses cortes são alarmantes, especialmente em áreas críticas como saúde, onde doenças evitáveis, como HIV/aids e malária, podem aumentar drasticamente a mortalidade. O estudo, que aguarda revisão por pares na revista The Lancet Global Health, sugere que um cenário de desfinanciamento severo poderá resultar em até 29,3 milhões de mortes.
Além das implicações humanitárias, os cortes na ajuda internacional refletem uma mudança nas prioridades orçamentárias, especialmente após a invasão russa da Ucrânia. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, minimizou a conexão entre os cortes e a mortalidade, desafiando as críticas sobre o impacto das reduções. A situação exige uma resposta adequada das nações envolvidas, visando reverter ou, pelo menos, mitigar as consequências devastadoras previstas pelo estudo.


