O Brasil registrou um aumento significativo no consumo de ultraprocessados, que subiu de 10% para 23% da dieta nacional desde os anos 80, conforme um estudo da Universidade de São Paulo, publicado na revista The Lancet. O levantamento abrange 93 países, onde a maioria também mostrou crescimento no consumo desses produtos, refletindo uma tendência global preocupante.
Os pesquisadores associam o aumento ao poder econômico de grandes corporações alimentícias, que investem em produtos acessíveis, duráveis e altamente marketeados. O estudo revela que, em economias de diferentes faixas de renda, a presença de alimentos ultraprocessados se expandiu, com países em desenvolvimento apresentando crescimento expressivo. Além disso, a pesquisa relaciona o aumento do consumo de ultraprocessados a um crescimento nas taxas de obesidade, diabetes tipo 2 e outras doenças crônicas.
Com base nas evidências, o relatório sugere intervenções, como restrições na publicidade direcionada a crianças e limitações na oferta de ultraprocessados em escolas e hospitais. A partir de 2026, o Programa Nacional de Alimentação Escolar deve priorizar alimentos in natura, evidenciando a necessidade de uma mudança nas políticas alimentares e nos hábitos de consumo da população brasileira.

