Os conflitos agrários no Cerrado, especialmente em Balsas, Maranhão, têm se intensificado devido à lentidão do Judiciário e à autorização de desmatamento em áreas em disputa. Agricultores familiares relatam ameaças à sua segurança, além da dificuldade em acessar apoio jurídico, dependendo da Defensoria Pública para suporte legal. Em um cenário onde o agronegócio avança, comunidades tradicionais lutam para preservar seus direitos sobre a terra e os recursos naturais.
A situação é alarmante, com a presidente da Associação Camponesa do Maranhão destacando a omissão do Estado em proteger esses povos. O Maranhão, juntamente com o Pará, registra os maiores índices de conflitos agrários no Brasil, colocando as disputas fundiárias como prioridade para o governo estadual. O juiz agrário Delvan Tavares comentou sobre a morosidade dos processos, mas enfatizou que o problema maior reside nas autorizações de desmatamento concedidas sem definição clara dos direitos territoriais.
A grilagem de terras e as fraquezas nos registros cartoriais agravam a crise fundiária no Cerrado, facilitando a expansão do agronegócio. Especialistas afirmam que a resolução das questões fundiárias é essencial para conter o desmatamento e garantir a proteção das comunidades tradicionais. Esta situação evidencia a necessidade urgente de reformas que garantam a justiça para os povos que dependem da terra e do bioma Cerrado para sua subsistência.

