Uma pesquisa do Instituto Sumaúma, divulgada durante a COP30 em Belém, Pará, aponta que quase 60% das comunidades quilombolas brasileiras estão enfrentando invasões e atividades de garimpo ilegal. O relatório, intitulado “Corpos-territórios quilombolas e o fio conectado da ancestralidade”, revela que 54,7% dos territórios sofreram com secas extremas, impactando severamente a agricultura local.
Com a análise destacando que 64,2% das lideranças quilombolas encontram barreiras para captar recursos devido ao racismo estrutural, o estudo mostra como a distribuição de investimentos climáticos é prejudicada por desigualdades históricas. Além disso, 87% dos líderes mencionaram a necessidade de combate ao racismo e a urgência de políticas públicas adequadas para apoiar a comunidade, que frequentemente vive em condições precárias, com 88% recebendo até cinco salários mínimos mensais.
As conclusões da pesquisa reforçam a importância de políticas públicas que considerem as desigualdades raciais e valorizem o papel das comunidades quilombolas na preservação ambiental. A pesquisadora Juliane Sousa ressalta que a imagem de isolamento das comunidades é equivocada, destacando seu profundo vínculo ancestral com a natureza, que fundamenta práticas sustentáveis nos territórios.


