O Comando Vermelho (CV) tem intensificado o uso de fuzis híbridos, conhecidos como “fuzis Frankenstein”, no Rio de Janeiro. Esses armamentos são montados a partir de peças importadas, muitas delas vindas dos Estados Unidos, e têm se tornado uma parte crucial do poder bélico da facção. A estratégia de montagem permite contornar a fiscalização federal, facilitando a entrada de armamentos no país.
Os fuzis Frankenstein, além de contarem com canos e coronhas adquiridos sem grandes restrições, são equipados com receptores clandestinos, resultando em armas totalmente funcionais e com elevado poder letal. Um levantamento da Polícia Militar indica que 95% dos fuzis apreendidos no estado são de origem estrangeira. A logística que abastece a facção inclui rotas que vão dos EUA ao Paraguai, e até mesmo desvio de armamentos de forças militares de países vizinhos.
A recente megaoperação resultou na apreensão de 93 fuzis, incluindo modelos Frankenstein, com um prejuízo estimado em R$ 12,8 milhões para o CV. A facção tem se estruturado para atuar como uma força paramilitar, utilizando drones e armamento avançado. A situação exige uma reavaliação das políticas de combate ao crime organizado no Brasil, especialmente diante das falhas da legislação atual que trata o porte de fuzis como crime comum, o que diminui as penas aplicáveis.

