João Brasio, especialista em cibersegurança, destaca que os ciberataques no Brasil dobraram em um ano, conforme evidenciado pelo Relatório de Estabilidade Financeira do Banco Central. A combinação de um sistema financeiro complexo e a rápida expansão de novas fintechs tem elevado os riscos, criando um cenário em que empresas tradicionais e startups operam em condições de segurança desiguais.
Brasio explica que a falta de maturidade das novas empresas contribui para a vulnerabilidade do setor financeiro como um todo. Ele compara essa fragilidade a um prédio seguro, mas com chaves distribuídas de forma descuidada. Além disso, o avanço da inteligência artificial, que exige grandes volumes de dados, abre novas brechas para ataques cibernéticos, expondo ainda mais os usuários a fraudes e riscos sistêmicos, como sequestros digitais.
O especialista adverte que os ataques a meios de pagamento podem ter consequências devastadoras para a confiança no sistema financeiro nacional. Um ataque que interrompa operações em maquininhas de cartão, por exemplo, poderia causar uma onda de descredibilidade entre a população. Diante desse cenário, a proteção digital se torna mais urgente do que nunca, exigindo ações coordenadas para mitigar os riscos associados ao crescimento do setor.

