O Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou um marco significativo: as uniões homoafetivas no Brasil aumentaram para 480 mil, um crescimento de 728% desde 2010. Esse dado, que representa 0,7% dos lares brasileiros, indica não apenas um avanço demográfico, mas também uma mudança cultural e política em relação à aceitação da diversidade sexual no país.
O reconhecimento oficial dessas uniões começou em 2011, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) legalizou a união estável entre pessoas do mesmo sexo. Desde então, os cartórios têm registrado esses vínculos que antes estavam à margem da formalidade, permitindo que casais do mesmo sexo possam viver seus afetos com mais dignidade. Embora 58% das uniões sejam formadas por mulheres, o perfil dos casais revela nuances de classe e cor, com uma predominância de brancos e um nível educacional elevado entre os parceiros.
Apesar do crescimento, a formalização das uniões homoafetivas também serve como um lembrete do preconceito ainda presente na sociedade brasileira. As conquistas legais refletem uma luta por visibilidade e aceitação em um contexto onde a discriminação persiste. O avanço nas uniões homoafetivas simboliza não apenas a evolução das relações interpessoais, mas também uma transformação mais ampla na concepção de família e amor no Brasil.

