O governo brasileiro projeta um déficit primário superior a R$ 70 bilhões para o encerramento de 2025, de acordo com as estimativas do Ministério da Fazenda. A mediana das previsões aponta para um rombo de R$ 70,6 bilhões, superando as expectativas anteriores e distanciando-se da meta de resultado zero. Essa situação reflete a dificuldade em equilibrar as contas públicas em um contexto de crescimento das despesas obrigatórias.
Embora a arrecadação tenha apresentado crescimento, este ocorre de forma mais lenta em comparação ao aumento das despesas, o que mantém o resultado primário em uma trajetória desfavorável. As projeções para novembro indicam um déficit de R$ 12,7 bilhões, enquanto dezembro deve trazer um superávit temporário de R$ 10,8 bilhões, impulsionado por receitas não recorrentes. Contudo, esse alívio momentâneo não altera a tendência negativa acumulada ao longo do ano.
As previsões para o futuro não são encorajadoras, com um déficit primário projetado ainda maior para 2026, alcançando R$ 75,4 bilhões. A dívida bruta deve seguir em ascensão, atingindo 79,5% do PIB, o que evidencia a dificuldade do governo em reverter a trajetória de gastos obrigatórios. O cenário fiscal complexo requer atenção redobrada, pois a manutenção dessa situação pode comprometer a estabilidade econômica do país.


