O Brasil enfrenta uma guerra invisível, onde a violência cotidiana se tornou parte da normalidade. Incidentes como a chacina no Rio de Janeiro, ocorrida no final de outubro, revelam a trágica realidade de uma sociedade que naturaliza a morte e ignora a cidadania. O aumento dos homicídios reflete um cenário alarmante, com jovens pretos e pobres se tornando as principais vítimas dessa guerra silenciosa.
A desigualdade social cria um campo de batalha invisível, onde a disputa por espaço e sobrevivência se intensifica nas periferias. Enquanto isso, a classe média vive o medo da violência, que se manifesta em muros e câmeras de segurança. A banalização do horror, como alertado por pensadores, corrói o senso de comunidade e torna a sociedade apática frente ao sofrimento alheio.
Embora a segurança pública seja frequentemente discutida, a verdadeira questão reside na forma como a sociedade lida com a exclusão e a desigualdade. A violência é um sintoma de um problema civilizatório, e a resposta não deve ser apenas repressão, mas sim uma reflexão sobre a dignidade humana e a necessidade de reconhecer todos os cidadãos como parte integrante da nação. Sem essa mudança de perspectiva, a guerra contra si mesmo continuará a ceifar vidas e silenciar consciências.


