A mineradora BHP, uma das sócias da Samarco, anunciou que irá recorrer da condenação imposta pelo Tribunal Superior de Londres, que a considerou responsável pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, em 5 de novembro de 2015. A decisão, proferida pela juíza Finola O’Farrell, alega que a empresa não deveria ter elevado a altura da estrutura, o que foi um fator determinante para o colapso que resultou na morte de 19 pessoas e na devastação ambiental da região.
Em sua nota, a BHP reafirmou seu compromisso com o processo de reparação no Brasil, citando o Novo Acordo do Rio Doce, homologado pelo STF em novembro de 2024. Este acordo prevê a destinação de R$ 170 bilhões para compensações, infraestrutura e apoio a comunidades afetadas. Desde 2025, a mineradora já desembolsou R$ 72 bilhões em indenizações, beneficiando mais de 610 mil pessoas, incluindo 240 mil autores da ação no Reino Unido que aceitaram quitação integral.
A empresa destacou que a Justiça britânica reconheceu a validade dos acordos estabelecidos no Brasil, o que pode diminuir substancialmente a ação em curso no Reino Unido. A BHP acredita que o modelo de reparação adotado no Brasil é o mais apropriado para atender as necessidades dos afetados e reforçou sua intenção de continuar com a defesa no tribunal britânico, assegurando que as medidas implementadas são efetivas para a reparação integral das vítimas e do meio ambiente.