O Tribunal Superior de Londres declarou a mineradora BHP responsável pelo desastre ambiental de Mariana, em Minas Gerais, ocorrido em 2015. A tragédia, causada pelo rompimento da barragem da Samarco, joint venture da BHP com a Vale, resultou em 19 mortes e desalojou milhares de pessoas, devastando comunidades e contaminando o Rio Doce até o mar.
A juíza Finola O’Farrell destacou que a elevação da estrutura da barragem em condições inseguras foi a causa direta do rompimento. Com base nessa decisão, a BHP agora enfrenta uma ação judicial no Reino Unido, que reúne 620 mil demandantes, incluindo cidadãos, empresas e governos locais, com indenizações estimadas em até 36 bilhões de libras esterlinas, equivalente a cerca de 48,3 bilhões de dólares.
A BHP anunciou que irá recorrer da decisão e argumenta que já indenizou cerca de 240 mil pessoas no Brasil, o que, segundo a empresa, pode reduzir o valor das reivindicações no Reino Unido. Um novo julgamento sobre o montante das indenizações está previsto para outubro de 2026, o que poderá ter amplas implicações para a mineradora e os afetados pela tragédia.

