Belém, capital do Pará, está passando por uma transformação em sua infraestrutura de saneamento, com a entrega de água potável para a Vila da Barca, uma das comunidades mais carentes da cidade. Entretanto, a coleta de esgoto só deve ser implementada em abril de 2026, deixando muitos moradores em situação precária. A exclusão da comunidade das obras da COP30 levantou preocupações sobre a eficácia da gestão pública e a possibilidade de ‘racismo ambiental’.
Dados recentes mostram que apenas 19,7% da população de Belém tem acesso a esgoto tratado, o que ressalta a urgência de projetos de saneamento mais abrangentes. Com a privatização dos serviços de saneamento ganhando força, a operadora Aegea assume parte das responsabilidades, mas a falta de garantias sobre a qualidade dos serviços permanece uma preocupação. A experiência de outras cidades brasileiras, que enfrentaram falhas em concessões, levanta dúvidas sobre a eficácia desse modelo na melhoria do saneamento.
O legado da COP30 em Belém poderá ser avaliado à luz das promessas feitas em relação ao saneamento, que precisam ser cumpridas pelos governantes locais. No entanto, a discussão sobre a privatização versus gestão pública continua a dominar, com exemplos de reestatização em países desenvolvidos mostrando que a qualidade do serviço não depende apenas da gestão pública ou privada. A expectativa é que ações concretas sejam tomadas para garantir que melhorias em infraestrutura se mantenham após a conferência, evitando que a cidade volte à penúria sanitária.


