O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, em reunião de novembro, manter a taxa Selic em 15% ao ano, marcando a terceira decisão consecutiva sem alteração. Essa taxa, a mais elevada em quase 20 anos, reflete uma postura cautelosa em meio a riscos inflacionários que permanecem elevados, mesmo com uma aparente desaceleração da inflação. O BC enfatizou a necessidade de uma política monetária contracionista para estabilizar as expectativas de inflação.
O comunicado do Banco Central destacou que, apesar da melhora no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as expectativas de inflação continuam acima da meta de 3%. O ambiente econômico ainda enfrenta desafios, como um mercado de trabalho aquecido e incertezas fiscais, que dificultam a redução da Selic. A manutenção dos juros altos é vista como essencial para evitar uma nova desancoragem das expectativas inflacionárias, o que poderia prejudicar a credibilidade da instituição.
A decisão do Copom tem implicações diretas sobre a atividade econômica, pois a alta taxa de juros tende a desestimular investimentos e desacelerar o consumo. Setores intensivos em crédito, como a construção civil, podem enfrentar dificuldades, enquanto a renda disponível das famílias será pressionada pelo alto custo do crédito. Com previsões de um possível afrouxamento monetário apenas em 2026, a atenção dos investidores deve se voltar para estratégias que garantam proteção patrimonial em um cenário de juros elevados.

