O embate entre a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre a utilização de postes para a instalação de redes de telecomunicações ganhou novos contornos após a emissão de um parecer pela Aneel. O documento, publicado em 10 de novembro de 2025, contradiz um decreto presidencial que buscava resolver a disputa, ao sugerir que o direito de exploração dos postes não deve ser automático, mas sim baseado em justificativas técnicas que demonstrem falhas das distribuidoras de energia.
A posição da Aneel gerou reações significativas no setor de telecomunicações e entre membros do governo. Representantes da área veem o parecer como uma tentativa de manter o controle das concessionárias sobre a infraestrutura, o que poderia dificultar a expansão da cobertura de redes de fibra óptica e móveis. Para o governo federal, a divergência da Aneel em relação à Anatel e ao Executivo é interpretada como uma ultrapassagem de sua função técnica, reacendendo um impasse que impacta a implementação de políticas de conectividade digital no país.
As implicações desta nova fase do conflito são amplas, podendo afetar a competitividade e a qualidade dos serviços de telecomunicações no Brasil. A dificuldade em avançar na ampliação da infraestrutura necessária para a digitalização pode comprometer o acesso à internet de qualidade em várias regiões. Assim, o desdobramento dessa situação será crucial para o futuro da conectividade no país, exigindo um alinhamento entre as agências reguladoras e o governo para evitar retrocessos.


