Um estudo recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que as condições de moradia em áreas protegidas da Amazônia Legal são alarmantes. Aproximadamente 75,19% dos residentes nessas áreas enfrentam algum tipo de precariedade habitacional, um índice quase três vezes maior que a média nacional de 27,28%. Os dados foram divulgados durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém, no dia 12 de novembro de 2025.
A pesquisa abrangeu 1.053 áreas protegidas, incluindo unidades de conservação, terras indígenas e territórios quilombolas. Entre os moradores dessas áreas, a taxa de alfabetização é inferior à média nacional, com destaque para as terras indígenas, onde 98,04% dos habitantes enfrentam precariedades relacionadas ao abastecimento de água, esgoto e coleta de lixo. A falta de investimentos e a dificuldade de acesso à infraestrutura adequada são citadas como principais fatores que perpetuam essa situação precária.
Os dados apresentados pelo IBGE indicam um cenário desafiador para o desenvolvimento socioeconômico da Amazônia Legal, que abrange nove estados. A analista Marta de Oliveira Antunes destaca que a realidade rural e isolada demanda uma abordagem de investimento adaptada às necessidades locais. O relatório sugere que a melhoria das condições de moradia é crucial para o avanço das políticas públicas na região, que enfrenta um histórico de negligência em termos de infraestrutura e serviços básicos.


