O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, advertiu nesta quarta-feira que demissões de funcionários federais podem ser inevitáveis caso o Congresso não aprove um projeto de lei para encerrar a paralisação do governo, a primeira em quase sete anos. Em uma rara entrevista coletiva na Casa Branca, Vance afirmou que “medidas extraordinárias” poderão ser adotadas se o impasse persistir, destacando que esta paralisação pode ser diferente das anteriores, nas quais os servidores foram afastados temporariamente e receberam pagamento retroativo.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que cortes no governo são “consequências infelizes” do shutdown e que demissões são “muito prováveis”. Sindicatos que representam os trabalhadores federais contestam a ameaça, alegando que é ilegal demitir servidores durante uma paralisação e entraram com uma ação judicial contra a administração. O presidente nacional da American Federation of Government Employees (AFGE) classificou a ameaça como “imoral e inconcebível”.
Vance responsabilizou os democratas pelo impasse, alegando incorretamente que a disputa envolve a extensão da cobertura de saúde para pessoas em situação irregular no país, o que não é permitido pelas regras atuais. Além disso, defendeu o presidente Trump após críticas por compartilhar um meme considerado racista contra o líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries. O prolongamento do shutdown pode comprometer o funcionamento do governo federal e aumentar as tensões políticas entre Executivo e Legislativo.