O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem reforçado sua presença nas Américas com a intenção de reafirmar a influência americana na região. Segundo Alberto Pfeifer, coordenador do grupo de Análise de Estratégia Internacional da Universidade de São Paulo, essa estratégia busca assegurar o controle sobre recursos essenciais, em meio a uma crescente rivalidade com China e Rússia. A abordagem do presidente se baseia em revisitar diretrizes históricas da política externa, como a Doutrina Monroe, que prioriza a vizinhança americana.
Pfeifer enfatiza que, embora a retórica oficial se concentre no combate ao narcotráfico, o verdadeiro pano de fundo é uma disputa geopolítica para garantir acesso a commodities vitais. A pressão americana se manifesta em ações diretas contra regimes como o de Nicolás Maduro na Venezuela, enquanto o suporte é ampliado a países aliados, como a Guiana, que recentemente descobriu grandes reservas de petróleo. Essa dinâmica reflete uma nova fase nas relações internacionais, onde a segurança e os interesses econômicos estão em jogo.
As implicações dessa estratégia são vastas e complexas, especialmente para o Brasil, que desempenha um papel crucial nas Américas. Pfeifer alerta que o país deve calibrar sua relação com os Estados Unidos, levando em consideração as ações de Washington e as repercussões geopolíticas das parcerias externas. Assim, a política americana pode não apenas alterar a dinâmica regional, mas também exigir uma reavaliação das alianças estratégicas entre os países da América Latina.