Em 30 de outubro de 2025, as taxas de juros futuras no Brasil, negociadas na B3, apresentaram aumento significativo após a divulgação do Caged, que revelou a criação de 213.002 novas vagas com carteira assinada em setembro. Esse dado superou as expectativas do mercado, que previa uma abertura de apenas 169 mil postos. As taxas de juros de contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027, 2028 e 2029, por exemplo, registraram alta, refletindo a reação do mercado às novas informações sobre o emprego.
Além do impacto positivo dos dados de emprego, a curva de juros também foi influenciada por movimentos no exterior, especialmente as declarações mais conservadoras do Federal Reserve. A expectativa de que não haveria novas flexibilizações na política monetária americana fez com que os juros futuros no Brasil se ajustassem. Economistas, como o economista-chefe do banco BMG, destacam que os dados robustos do mercado de trabalho foram um vetor adicional para o aumento das taxas, embora as expectativas para cortes na Selic permaneçam relativamente inalteradas.
O avanço das taxas de juros futuras acontece em um contexto onde o mercado já estava atento a questões fiscais, especialmente o andamento do Projeto de Lei Nacional 1/2025, que busca mudanças na Lei de Diretrizes Orçamentárias para isentar o Imposto de Renda por tempo indeterminado para rendimentos de até R$ 5 mil. Apesar das altas taxas de emprego, analistas alertam que a tendência de perda de ímpeto no mercado de trabalho pode impactar a economia a longo prazo. Assim, a combinação de fatores internos e externos continua a moldar as expectativas para a política monetária brasileira.

