Em uma conversa com o economista Ricardo Henriques, o sociólogo francês François Dubet explora o papel do ressentimento e das desigualdades sociais que sustentam uma nova economia moral. Ele argumenta que essas questões têm contribuído para a ascensão da extrema direita em diversos países, tema central de seu livro “O Tempo das Paixões Tristes”. Dubet destaca que esse fenômeno é uma resposta a um contexto social complexo e inquietante.
Durante a entrevista, o sociólogo ressalta que, apesar de existirem motivos para o pessimismo, há também oportunidades para o surgimento de redes de solidariedade que podem mitigar essas tensões sociais. Ele enfatiza a importância de ações locais que promovam a inclusão e a justiça social, sugerindo que a mudança pode começar a partir de pequenas iniciativas comunitárias. Essa perspectiva otimista contrasta com a narrativa predominante sobre a polarização política atual.
Dubet conclui que a compreensão das dinâmicas sociais contemporâneas é fundamental para enfrentar os desafios que a extrema direita representa. Ao abordar as desigualdades e o ressentimento, ele propõe uma reflexão sobre como construir um futuro mais equitativo. A análise sugere que o engajamento cívico e as mobilizações sociais são cruciais para reverter a tendência de ascensão de ideologias extremistas.

