Uma nova pesquisa publicada na revista Gut indica que aproximadamente uma em cada dez pessoas globalmente sente desconforto após consumir glúten ou trigo, mesmo sem um diagnóstico de doença celíaca. Os sintomas incluem inchaço, fadiga e dor de cabeça, e a condição é reconhecida como sensibilidade ao glúten não celíaca. O estudo analisou dados de 16 países e destaca a ausência de marcadores específicos para a condição, resultando em diagnósticos feitos por exclusão.
Os pesquisadores ressaltam que a sensibilidade ao glúten é mais comum em mulheres e frequentemente associada a transtornos como ansiedade e depressão. Observou-se uma grande variação na prevalência entre países; enquanto no Chile menos de 1% da população relatou sintomas, essa taxa chega a 36% na Arábia Saudita. A falta de critérios diagnósticos uniformes e a dependência do autorrelato dificultam a avaliação precisa da condição.
Os autores do estudo sugerem a necessidade de desenvolver métodos diagnósticos mais objetivos e tratamentos personalizados para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados. Evitar a eliminação desnecessária do glúten é crucial para prevenir deficiências nutricionais e garantir que outras causas dos sintomas sejam adequadamente investigadas. A pesquisa reforça a importância de reconhecer a sensibilidade ao glúten como uma condição real que integra os distúrbios da interação intestino-cérebro.

