Um coletivo artístico de Austin, Texas, chamado Silents Synced lançou uma abordagem inovadora para a exibição de filmes mudos clássicos, combinando-os com trilhas sonoras de artistas consagrados. O espetáculo ‘Radiohead X Nosferatu: A Symphony of Horror’ apresenta o clássico do cinema mudo Nosferatu (1922), de F.W. Murnau, acompanhado pelos álbuns Kid A (2000) e Amnesiac (2001), da banda Radiohead. A proposta busca renovar a experiência do cinema mudo, tradicionalmente exibido com acompanhamento musical ao vivo ou improvisado.
Apesar da inovação, a crítica especializada aponta que a música do Radiohead não foi composta para o filme e não dialoga com sua narrativa ou atmosfera. A justaposição dos elementos sonoros e visuais acaba por criar uma experiência desconexa, comparada a assistir a um filme enquanto um vizinho toca música alta. Embora existam momentos isolados em que som e imagem parecem se complementar, a combinação geral ignora as estruturas intencionais das obras originais.
Essa iniciativa levanta questões sobre as formas contemporâneas de apreciar o cinema mudo e os limites da experimentação artística. O projeto pode abrir caminho para novas interpretações e formatos de exibição, mas também alerta para os riscos de desrespeitar a integridade estética dos filmes e das trilhas sonoras envolvidas, o que pode comprometer a recepção do público e da crítica.