A Polícia Federal reuniu evidências de que investigados na Operação Tank, realizada em 28 de agosto no Paraná, foram avisados previamente sobre a ofensiva contra o sistema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo relatório parcial da Superintendência do Paraná, interceptações telefônicas e movimentações suspeitas indicam que os alvos retiraram celulares, documentos e equipamentos antes das buscas, dificultando a investigação. Doze pessoas foram indiciadas por lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e obstrução, sendo oito foragidas e incluídas na lista vermelha da Interpol.
Entre os suspeitos estão operadores financeiros como Thiago Ramos e Gerson Lemes, que discutiram estratégias para fuga em mensagens interceptadas. Outros envolvidos incluem Rafael Gineste e João Chaves Melchior, responsáveis por gerenciar contas e repasses internos do grupo. A PF relata tentativas de ocultação de celulares durante a abordagem, embora os investigados neguem as acusações. Um dos líderes do esquema, conhecido como “Beto Louco”, desapareceu antes da operação, deixando apenas indícios materiais no local.
O relatório também aponta possível vazamento da operação dentro da Receita Federal no Paraná, fato que será investigado em inquéritos paralelos. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, destacou a anormalidade do número de prisões não cumpridas. A Operação Tank ocorreu simultaneamente à Operação Carbono, coordenada pelo Ministério Público de São Paulo, visando desarticular o braço financeiro do PCC e enfraquecer a organização criminosa.