Pesquisa revela resistência de saberes populares sobre plantas medicinais em Goiânia

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

Uma pesquisa de mestrado da Universidade Federal de Goiás investiga como os saberes populares sobre plantas medicinais permanecem relevantes em Goiânia, apesar da crescente urbanização. O estudo, orientado pela professora Adriana Mara Vaz de Oliveira, é conduzido por Gabriel Aires Peixoto de Lima e se intitula “Apagamentos, resistências e transformações dos saberes medicinais com plantas em Goiânia”. A pesquisa busca entender a dinâmica entre o conhecimento tradicional e as pressões da modernidade que ameaçam sua existência.

Ao longo do estudo, que se estendeu de março de 2023 a junho de 2025, Gabriel utilizou uma abordagem etnográfica, realizando observações e entrevistas com raizeiros e consumidores. Ele destacou a tensão entre o saber integrado, que se manifesta nos quintais, e o saber fragmentado, encontrado nos mercados. O autor enfatiza a necessidade de políticas públicas que protejam o cultivo de plantas medicinais, fundamentais para a autonomia na saúde e o fortalecimento das comunidades.

A pesquisa também revela que, apesar da modernidade, as tradições de uso de plantas medicinais continuam a ser valorizadas por diversos públicos, especialmente mulheres que buscam alternativas à medicina convencional. Gabriel argumenta que a continuidade desses saberes depende de uma conexão mais profunda com a natureza e sugere o papel das instituições educacionais na reintegração dessas práticas na vida urbana. Em um contexto onde a cidade parece afastar-se da natureza, a dissertação destaca a relevância cultural e identitária da “farmácia viva” de Goiânia.

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