Uma pesquisa de mestrado na área de Geografia Física da Universidade de São Paulo (USP) descobriu vestígios de radioatividade em leitos de rios no interior paulista, associados a testes nucleares realizados na década de 1960. Sob a orientação da professora Cleide Rodrigues, o estudante Breno Rodrigues investigou a presença de materiais radioativos, concluindo que esses marcadores podem refletir a ação humana em um contexto global, caracterizando o que se chama Antropoceno.
O estudo foi realizado na região do Rio Ribeira, entre as cidades de Eldorado e Sete Barras, onde a presença humana é mínima. A pesquisa revela que a radiação, embora não pose risco à saúde, oferece uma importante narrativa sobre as consequências dos testes nucleares. O Césio-137, um dos produtos da fissão nuclear, foi identificado como um dos principais marcadores, com uma meia-vida de 30 anos, permitindo rastrear sua presença até os dias atuais.
Os resultados da pesquisa têm implicações significativas, pois ajudam a compreender como a dinâmica dos rios interage com a contaminação radioativa e os processos naturais. Além disso, a continuidade do trabalho de Breno, agora doutorando, promete aprofundar ainda mais o conhecimento sobre a história ambiental afetada pela radiação. Este estudo não apenas contribui para a geografia física, mas também ilumina os impactos da ação humana no meio ambiente ao longo do tempo.

