Em 2017, um grupo de moradores e usuários da Cracolândia uniu-se para criar o coletivo social Pagode na Lata, que utiliza a música como ferramenta de inclusão social. O projeto surgiu como uma continuidade do Programa De Braços Abertos, focando na redução de danos e na promoção de dignidade para aqueles que vivem à margem da sociedade. Com shows quinzenais em São Paulo, o grupo busca resgatar a autonomia de seus integrantes, que enfrentam desafios diários.
O coletivo conta com nove músicos e enfatiza a importância de abordar temas como direitos humanos e desigualdade social em seu repertório. Marquinho Maia, um dos fundadores, destaca que o projeto não apenas proporciona uma nova forma de expressão, mas também tem se mostrado eficaz na reabilitação de seus integrantes. O caso de um músico que conseguiu sair da rua e retomar o contato com a família é um exemplo claro do impacto positivo do projeto.
Entretanto, a relação do Pagode na Lata com a Cracolândia mudou devido a ações da prefeitura de São Paulo, que dispersaram a população usuária pela cidade. Essa nova abordagem tem dificultado a promoção cultural e o acesso a serviços necessários para essa comunidade. Maia critica as políticas públicas atuais, chamando-as de eugenistas e ressaltando a necessidade de um tratamento mais humano e voltado para a saúde pública.

