A Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal em 17 de setembro, expôs um esquema de corrupção que envolve órgãos de controle ambiental e mais de 40 empresas do setor minerário em Minas Gerais. A investigação identificou uma organização criminosa composta por agentes públicos em altos cargos estaduais e federais, além de empresários ligados a figuras políticas, que atuavam para fraudar processos ambientais e favorecer interesses privados.
Em audiência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no dia 25, ambientalistas e deputados reforçaram a necessidade da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para aprofundar as investigações. O esquema inclui práticas como sonegação fiscal, apresentação de laudos ambientais falsos e opressão a comunidades locais. Especialistas da Universidade Federal de Ouro Preto destacam que essa corrupção é apenas a ponta do iceberg, envolvendo também o desmonte das agências reguladoras e a flexibilização das normas ambientais.
O desmantelamento das estruturas públicas, agravado pela precarização dos servidores ambientais e pela falta de concursos, cria um ambiente propício para a perpetuação da corrupção no setor minerário. A Operação Rejeito evidencia a necessidade urgente de fortalecer os órgãos fiscalizadores e garantir maior transparência e controle social para proteger os recursos naturais e as populações afetadas em Minas Gerais.