A ministra Isabel Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), votou nesta quarta-feira (1º) pela condenação do conselheiro José Gomes Graciosa, do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), a 21 anos e 8 meses de prisão em regime inicialmente fechado pelo crime de lavagem de dinheiro. A ex-esposa dele, Flávia Lopes Segura, foi condenada a 3 anos e 8 meses em regime aberto pelo mesmo crime.
De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o casal mantinha ocultos cerca de 1,16 milhão de francos suíços em contas na Suíça, valores provenientes de propinas recebidas por Graciosa em função do cargo no TCE-RJ. Documentos bancários indicam que ele era o beneficiário final dessas contas, sem comprovação da origem lícita dos recursos. A investigação teve início em 2016, após o Vaticano informar às autoridades brasileiras sobre uma doação suspeita feita por empresa ligada ao conselheiro.
Após o voto da relatora, a sessão da Corte Especial do STJ foi suspensa e o julgamento será retomado em data futura. A condenação pode acarretar a perda do cargo público e reforça o esforço das instituições brasileiras no combate à corrupção. Graciosa também responde a outra ação penal relacionada à Operação Quinto do Ouro, desdobramento da Lava Jato que investiga esquema de propinas no TCE-RJ.