O minério de ferro, fundamental para a indústria nacional, poderá ser incluído na Política Nacional dos Minerais Críticos, atualmente em discussão na Câmara dos Deputados. O governo brasileiro, em conjunto com o Legislativo, está considerando a classificação do ferro como um mineral estratégico, o que possibilitaria a concessão de benefícios tributários. Essa decisão está prevista para ser apresentada em novembro pelo relator, deputado Arnaldo Jardim, e se dá em um momento em que o ferro representa 52% do faturamento e 65% das exportações do setor mineral.
A proposta de inclusão do ferro na nova política surge em um contexto onde a transição energética e a demanda por minerais essenciais ganham destaque. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem defendido a importância do minério, enquanto o Ministério da Fazenda expressa resistência a novos incentivos fiscais. No entanto, a equipe econômica está buscando alternativas, como linhas de crédito específicas para o setor junto ao BNDES, demonstrando um esforço para equilibrar a necessidade de apoio ao setor mineral com a política fiscal vigente.
As implicações dessa medida podem ser significativas para a economia brasileira, especialmente em um cenário onde o ferro é visto como crucial para a descarbonização da indústria do aço e para a construção de tecnologias de energia limpa. A discussão sobre a inclusão de outros minerais, como o ouro, também está em andamento, mas ainda carece de consenso entre os parlamentares. A definição final dessa política poderá impactar diretamente a competitividade do Brasil no mercado global de minerais críticos e na sua estratégia de desenvolvimento sustentável.

