O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (1º) na Comissão de Relações Exteriores da Câmara que o governo brasileiro apoia o plano de paz para Gaza anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo ele, a proposta contempla pontos já defendidos pelo Brasil na ONU, como a libertação de reféns, cessar-fogo imediato, reconstrução de Gaza, respeito aos direitos humanos e ajuda humanitária. “Tudo isso está dentro das nossas linhas políticas, e o Brasil aplaude a iniciativa, fazendo votos para que seja aceita por todas as partes”, declarou.
Durante a sessão, Vieira respondeu a questionamentos sobre temas diversos. Sobre um possível encontro entre Lula e Trump, disse que o assunto é tratado com cautela e sigilo até que haja algo concreto, mas não descartou um encontro paralelo em evento internacional. Em relação à presença do Hezbollah na América do Sul, afirmou não haver informações confiáveis e ressaltou que o Brasil reconhece como terroristas apenas organizações listadas pelo Conselho de Segurança da ONU. Também comentou sobre questões bilaterais envolvendo dívida da Venezuela e visitas diplomáticas privadas.
O ministro negou isolamento diplomático do Brasil em relação à Ucrânia e explicou que a substituição do embaixador é rotineira. Sobre a saída do país da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), justificou com critérios controversos da entidade. Vieira reafirmou compromisso brasileiro com o uso pacífico da energia nuclear e descartou provas em denúncias de interferência estrangeira nas eleições de 2022. A sessão reforçou a postura pragmática do Brasil em temas internacionais sensíveis.