Manaus lançou a primeira plataforma nacional de registro e negociação de créditos de carbono, denominada Bolsa de Créditos de Carbono da Amazônia, com o apoio do Banco Mundial. O projeto-piloto foi desenvolvido pela bolsa de valores B3 e pela plataforma ACX, e apresentado durante a Climate Week, realizada entre 21 e 28 de setembro em Nova York. A iniciativa pretende captar 500 milhões de dólares até 2028 para financiar projetos de conservação e reflorestamento.
A plataforma utiliza a metodologia PSA Carbonflor, criada pela ECCON Soluções Ambientais e Reservas Votorantim, para registrar créditos gerados na Mata Atlântica. Os primeiros 30 mil créditos estão em processo de aquisição por empresas líderes do setor, como Motiva e EY, demonstrando confiança do mercado na ferramenta brasileira. O sistema integra ativos florestais (REDD+, conservação e reflorestamento) e urbanos (saneamento, mobilidade elétrica, energia limpa), com certificação internacional e governança pública.
Incorporado ao Plano Municipal de Bioeconomia previsto para 2026, o projeto pode transformar Manaus em um centro estratégico para negociação de títulos verdes oriundos das maiores florestas tropicais do planeta. O prefeito David Almeida destaca que a iniciativa nasce da realidade amazônica com ambição global, buscando tornar a cidade referência em finanças verdes com rastreabilidade e integridade. O apoio do Banco Mundial é fundamental para atrair investimentos públicos e privados em projetos sustentáveis no Brasil e no exterior.