Na tarde de quinta-feira (25), dezenas de alunos da Escola Estadual Professor Juracy Batista Gomes, localizada no bairro Mutirão, zona leste de Manaus (AM), foram obrigados a permanecer por cerca de três horas sentados sob o sol intenso, enquanto policiais militares supervisionavam a ação. Sob a justificativa de impor cortes de cabelo no estilo militar, os estudantes sofreram ameaças e agressões físicas, incluindo um adolescente que foi chutado no tornozelo e não pôde participar de uma competição esportiva.
O programa Escola Segura, Aluno Cidadão (Pesac), parceria entre a Secretaria de Educação e a Polícia Militar do Amazonas, visa promover disciplina e cidadania nas escolas públicas. No entanto, relatos de mães apontam que a iniciativa tem resultado em episódios de violência, constrangimento e racismo, especialmente contra alunos que se recusam a seguir as normas rígidas de aparência. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi acionada para acompanhar as denúncias e avaliar possíveis violações de direitos humanos.
Diante das denúncias, um grupo de mães pretende levar o caso ao Ministério Público para investigação. O episódio suscita questionamentos sobre os métodos adotados pelo programa cívico-militar e seus efeitos na comunidade escolar, destacando a necessidade de garantir um ambiente seguro e respeitoso para os estudantes.