A recente isenção do Imposto de Renda (IR) para contribuintes que recebem até R$ 5 mil mensais tem levantado dúvidas quanto à sua viabilidade financeira. Segundo análise da especialista Thais Herédia, apresentada no CNN Prime Time, a medida foi fundamentada principalmente em motivações políticas, sem respaldo em estudos técnicos que justifiquem o valor escolhido para a isenção. Embora reconheça a necessidade de atualizar a tabela do IR, defasada há anos, a analista destaca que políticas públicas devem preservar a racionalidade econômica.
A renúncia fiscal decorrente dessa isenção é estimada em aproximadamente R$ 25 bilhões, um montante significativo dentro do orçamento brasileiro. Herédia ressalta que o Brasil já mantém diversas políticas públicas custosas e que o acúmulo de medidas com objetivos político-eleitoreiros pode comprometer a sustentabilidade da máquina pública. A comparação com o abono salarial evidencia o risco de desequilíbrio fiscal diante de decisões tomadas sem planejamento técnico adequado.
As preocupações se estendem à governabilidade futura, independentemente do governo que assumir em 2027, pois o impacto dessas medidas pode limitar a capacidade do Estado de manter suas funções essenciais. A discussão reforça a necessidade de equilíbrio entre justiça tributária e responsabilidade fiscal para garantir a saúde das contas públicas e a estabilidade econômica do país.