A escassez global de semicondutores levanta preocupações para a indústria automotiva no Brasil, com a Anfavea indicando risco de paralisações em fábricas nas próximas semanas. Especialistas da Fundação Getulio Vargas (FGV) avaliam que, apesar da crise, o impacto imediato sobre o setor pode ser limitado, uma vez que as montadoras já se precaveram com importações recentes.
As tensões entre Estados Unidos e China, especialmente no que diz respeito à exportação de semicondutores, são vistas como a principal causa da escassez. O professor Antônio Jorge Martins, da FGV, destaca que, embora o Brasil possua reservas de terras raras, a falta de domínio no refino ainda o torna dependente de importações. Ele acredita que a situação atual é mais uma questão geopolítica do que uma falta real de materiais.
No cenário nacional, Martins considera o alerta da Anfavea válido, mas sem motivos para pânico imediato. Ele observa que as montadoras no Brasil, que incluem empresas europeias e americanas, não enfrentam paralisações iminentes. O foco deve estar na forma como a China conduzirá suas políticas de exportação, já que quaisquer novas restrições poderiam impactar a produção de veículos no futuro.