Aliados do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmam que o governo federal promove uma “guerra política” ao relacionar, sem evidências, o Primeiro Comando da Capital (PCC) às recentes intoxicações por metanol no estado. Em coletiva realizada em 30 de setembro, representantes do governo paulista criticaram a Polícia Federal por divulgar essa suposta ligação sem consultar as autoridades locais. O governo estadual reforçou que não há indícios que comprovem o envolvimento da organização criminosa e alertou para o risco de gerar pânico desnecessário.
O conflito entre as esferas federal e estadual não é recente. No mês anterior, operações contra lavagem de dinheiro envolvendo postos de combustíveis foram alvo de divergências entre os governos. A morte de um ex-delegado ligado às investigações sobre o PCC também gerou contatos entre as autoridades federais e paulistas, com oferta de ajuda recusada pelo estado. Paralelamente, parlamentares da oposição criticaram o governador por estar em Brasília durante os primeiros casos de intoxicação, aumentando a pressão política sobre a gestão estadual.
A disputa evidencia a fragilidade na cooperação entre os governos federal e estadual no combate ao crime organizado em São Paulo. Além dos impactos imediatos nas investigações, o episódio pode comprometer futuras ações conjuntas e agravar a polarização política no estado, dificultando respostas eficazes diante de crises sanitárias e de segurança pública.