O Palácio do Planalto estuda aumentar a influência do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, ao transferir parte dos cargos nas autarquias do Centrão para sua gestão. Essa manobra, confirmada por interlocutores do governo, tem como objetivo empoderar Motta tanto nas negociações internas da Câmara quanto em sua colaboração com a administração. A expectativa é que essa mudança possa trazer benefícios ao governo, especialmente em um momento em que a base parlamentar se mostra fragilizada.
A avaliação dentro do Planalto é que Motta precisa de mais poder de barganha para se fortalecer nos bastidores políticos. Alguns parlamentares têm apontado fragilidades no desempenho do presidente da Câmara, que poderia ceder a pressões de diferentes bancadas. A alocação de cargos pode oferecer a Motta a flexibilidade necessária para apaziguar os ânimos e garantir um ambiente mais favorável para a administração na Câmara.
Ademais, a entrega desses cargos pode servir como uma moeda de troca para o governo, que enfrenta dificuldades em contar com o apoio do Centrão. Com a base governista debilitada, essa estratégia poderia assegurar que os parlamentares colaborem com Motta nas votações cruciais. Essa abordagem remete a práticas anteriores, onde acordos semelhantes foram utilizados, como no caso do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira.

