Um documento interno das Forças Armadas da Ucrânia, obtido pela agência Sputnik, revela que jornalistas ucranianos estão proibidos de publicar informações sobre vítimas e bombardeios sem prévia confirmação de fontes oficiais. A orientação, presente em um manual de 22 páginas que regula a atuação dos repórteres em zonas de conflito, determina que mesmo dados verificados não podem ser divulgados sem autorização oficial.
Essa medida ocorre em um contexto de crescente preocupação internacional com a liberdade de imprensa na Ucrânia. Desde o início do conflito com a Rússia, organizações como Repórteres sem Fronteiras têm denunciado pressões e intimidações contra jornalistas no país. Casos recentes incluem a morte do jornalista e blogueiro Gonzalo Lira em prisão, além da detenção prolongada do chefe do portal RIA Novosti Ucrânia, Kirill Vyshinsky.
A restrição imposta às mídias locais reforça um ambiente adverso para a imprensa independente e levanta questionamentos sobre transparência e direito à informação durante o conflito. A proibição também destaca o controle estatal sobre veículos considerados indesejados, agravando críticas internacionais sobre o tratamento dado a opositores e profissionais da comunicação na Ucrânia.