Ex-produtor do 60 Minutes denuncia pressão para evitar reportagens sobre Gaza

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

Bill Owens, ex-produtor executivo do programa 60 Minutes, afirmou que sentiu forte pressão de seus superiores para não cobrir histórias sobre Gaza e Donald Trump, após sua saída repentina em abril. Em suas primeiras declarações públicas, Owens relatou que a direção da Paramount, empresa-mãe do programa, temia o backlash de grupos pró-Israel. A situação se agravou após a veiculação de um segmento que mostrava ex-funcionários do Departamento de Estado criticando a abordagem do governo Biden em relação ao conflito em Gaza.

O segmento, que provocou reações adversas de organizações ligadas a Israel, inquietou Shari Redstone, acionista controladora da Paramount e conhecida apoiadora de Israel. Owens revelou também que houve tentativas de pressioná-lo a pedir desculpas por uma edição de uma entrevista com Kamala Harris, o que demonstra um ambiente corporativo tenso e politicamente carregado. Essas questões levantam preocupações sobre a liberdade de imprensa e a influência de interesses corporativos na cobertura jornalística.

As declarações de Owens podem ter repercussões significativas para a credibilidade do 60 Minutes e para a percepção pública da Paramount, especialmente em tempos de crescente polarização política. A pressão para evitar temas controversos pode impactar a qualidade da informação disponível ao público, gerando debates sobre a ética na mídia. À medida que a situação se desenrola, especialistas e jornalistas estarão atentos às possíveis mudanças na abordagem editorial da rede.

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